Desafios da mulher como cabeça de lista


 Campanha sobre os desafios que as mulheres enfrentam como cabeças de lista dos partidos políticos


Como é o caso em vários outros países Africanos, as mulheres em Moçambique herdaram um papel forte resultante da luta de libertação do país, seguido pelo processo de democratização. Actualmente, com 38 por cento dos Membros da Assembleia da República (MAR) do género feminino, Moçambique tem uma das representações parlamentares femininas mais elevadas em África, e do mundo. Entretanto, Moçambique é um dos países com a classificação mais baixa no Índice de Igualdade do Género, e as mulheres enfrentam inúmeros obstáculos na sua vida quotidiana, em particular no que diz respeito à violência domés-tica constante, aos casamentos infantis prematuros, à mortalidade materna elevada, aos níveis de edu-cação muito baixos, às taxas de VIH/SIDA muito elevadas, a menos postos de trabalho remunerados e a rendimentos inferiores. 

A participação da mulher nos processos políticos, é fundamental para um melhor entendimento dos factores que impedem o desenvolvimento das mulheres; para esclarecer a forma como as mulheres são representadas e o quão fortemente as mesmas influenciam as políticas para a capacitação da Mulher, e ainda quais são as possíveis razões que as impedem. 

A importância e a evidência da necessidade de se incluir as mulheres em posições de tomada de decisão e no desenvolvimento económico são inquestionáveis para se alcançar a erradicação da pobreza e a riqueza partilhada. Embora o sistema de quotas tenha contribuído para uma representação superior de mulheres na Assembleia da República, o mesmo não influenciou a qualidade da participação nas discussões de interesse geral, e especialmente em relação a questões da Mulher, embora os estudos demonstrem que não existem barreiras formais para as mulheres acederem ao partido, as mulheres não podem questionar as relações sociais entre os homens e as mulheres na sociedade dentro das suas funções, nem as normas ou valores existentes que caracterizam o partido, nem questões sensíveis da relação social do género (e.g. código penal). 

As mulheres sofrem discriminação nos seus partidos, onde os homens têm mais privilégios, e o assédio sexual em direcção às mulheres é comum. As mulheres são desfavorecidas na distribuição de recursos, e através de manifestações discriminatórias, nas quais a dimensão simbólica no exercício do poder torna-se especialmente relevante.

Concluindo dizer que Para fortalecer a posição da Mulher é extremamente 

importante ter representação feminina no ramo executivo do governo, dado que estas posições são fundamentais na implementação das leis e podem promover a capacitação da Mulher (EGM, 2005). 

O governo precisa de aumentar a consciência sobre a necessidade e os efeitos positivos económicos e sociais de uma maior igualdade do género, e abordar as práticas culturais e tradicionais existentes, que impedem a igualdade da Mulher, a todos os níveis da sociedade e para aumentar o estatuto da Mulher no mercado de trabalho, a criação de um conselho consultivo especial do governo para os serviços de desenvolvimento empresarial daMulher.


Referência

EGM/EPDM /2005/REPORT: Equal Participation of Women and Men in Decision-Making Processes, with Particular Emphasis on 

Political Participation and Leadership.

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